TRANSFUSÃO
Faço a transfusão dos sonhos.
Transporto-me para as páginas vazias.
Nós nos confundimos no vago existente.
Ponho-me sobre as linhas, debruço,
sentindo refletidas as imagens,
daquelas que foram meu deleitar.
Então sorrio a refluxo da poesia,
preencho a lacuna das páginas,
vejo nos reflexos dos meus versos,
um rosto...
tão meigo, cálido como uma flor.
Sinto a inerente saudade que se apodera.
Na mágoa que em meu peito gera,
na dor de ser só.
Só!... Ah Deus, até quando
serei um vagueador de alma incerta,
rebuscando no rosto de minha poesia,
um motivo que preencha esta existência,
na transfusão deste ser poeta?