Esta noite
Vendas me cegam
Amarras unem meus pulsos
Sou guiado por quem mais confio para não sei onde
Dentro da sala úmida e quente
Mãos invadem meus recantos mais íntimos
Meus lábios são mordiscados selvagemente
Meu peito fustigado por unhas e chicotes
Minhas pernas servem como aperitivo para lacaios devotos
Meu pênis disputado como uma iguaria rara
Violentado por toda a madrugada
Convulsiono de prazer incontavelmente
Após horas anônimas
A voz a quem pertenço sussurra em meus ouvidos
Que agora estou pronto
Não sinto seus caninos perfurando minha aorta
O sangue vertente sacia a sede Daquilo que cri meu
Sou drenado até não ser mais que um amontoado de ossos e pele disforme
Como aqueles que me prepararam para este momento
Um dia
Belo e apaixonado
Dei tudo o que era para quem considerei minha completude
Esta noite
Descartado como apenas aquilo que fui para quem tanto amei
Mais uma refeição