Irás

Partirás, e ao espaço do tempo breve,
a louca saudade surgirá em meu peito,
transformando tudo que foi dito e feito,
em lágrimas que descerão como neve.
Partirás, bem sei, e em breve meu peito errante,
postergado na quietude de minh’alma;
sua imagem se abrirá em palma,
tão silenciosa, fixa e constante.
E eu ouvirei de minhas lágrimas o som,
de silêncio, de saudade, porque partistes.
O ruído de sua voz, de seus passos,
se perderam no silêncio já sem som.
Apenas o ruído de minhas lágrimas,
soam em silêncio em meus traços.