A Morte na Sala de Aula

A Morte na Sala de Aula

Nos olhos de uma criança a dor da separação

Na periferia de uma cidade

A morte estendida no parapeito da casa

Á espera de sua mãe

Seu amor não o pode protegê-la

Sua dor não pode fazê-la viver

A negligência e a pobreza

Tiveram o maior poder.

No desenho de uma criança a pintura triste e feia

Em seu falar calado

Lágrimas correram a me dizer

Minha mãe morreu!

Caiu da laje!

E eu ali sem saber o que falar...

Professor das letras

Dos desenhos

Do belo caderno a organizar

Só percebi o tamanho de sua dor

Ao ver seus olhos chorar.

E me pergunto:

O que sou eu, o que ensino, como ajudo a criança a ser cidadã?

Se na dor não fui presente?

Se não pude sua dor sanar?

Se os rabiscos e as letras tortas eu não pude concertar?

Bastaria ter esquecido o bê-á-bá

E ao menino perguntar:

Onde está tua mãe?

Por que você hoje triste está?

Professor aprende todo dia

E nunca deixa de escutar.

Paula Belmino

*Uma poesia pra repensar minha prática em sala de aula.Realmente o menino existiu e mesmo tendo faltado uns dias, ninguém me avisara sobre a morte do seu ente querido, que doeu mais em mim que nele saber assim , pelos olhos lavados em lágrimas de saudade s de sua mãe.

Que Deus a tenha! E que do céu ela o proteja e o faça vencer!

Amigos leitores e poetas orem por essa criança e por todas que vivem ao nosso aldo e no mundo! Visitem meu blog:

paulabelmino.blogspot.com