Mau Tempo


Vi sobre mim as tais ferozes intempéries,
Vindas em séries num tropel demais confuso.
Fato obtuso, espantoso e falsa crença,
Sem que se avença uma esperança derradeira.
Enquanto a verde trepadeira ganha viço
E mesmo aquele rebuliço cresce além,
As esperanças de um ninguém nada serão,
Além da negra escuridão a que me nego.
Se na visão o ponto cego existe, é certo
E deste lado, mais desperto, qual a lebre
Escaparei, então, celebre eu tal vitória,
Com toda glória permitida a quem venceu.
Sei que foi meu o vasto espanto incandescente
E que somente a eterna dor não vê seu fim.


nilzaazzi.blogspot.com.br