NÁUFRAGO

Me sinto como um náufrago, sem rumo

sem ter um intinerário, sem um porto,

Me encontro a afundar, sem terra firme.

Se olho a minha volta nada vejo,

só a imensidão tamanha, e escura,

me sinto congelado, meio morto.

Me perco, me debato em desespero,

agarro os pedaços de ilusão,

que podem me levar a alguma ilha,

e penso se pra mim, terá saída,

perdido, naufraguei, sem fé estou,

de tudo só restou-me a solidão.

Se antes eu seguia, tão seguro,

meu barco deslizava, sem temer.

Tão de repente veio a tempestade,

as ondas gigantescas, me levaram,

jogando-me de encontro as pedras frias,

cortando os meus sonhos, com prazer.

Destroços do meu barco, que hoje restam,

agarro, transtornado e sobrevivo.

Vou sendo transportado pelas ondas,

tentando achar, um chão, algum abrigo.

Não vejo um farol, nenhuma luz,

só há escuridão... mas estou vivo!

Me agarro a qualquer coisa que me venha,

que possa conduzir o meu destino,

pois tudo que eu tinha, foi-se embora,

afundaram-se os meus planos futuros.

Não vejo lá no céu, nenhuma estrela,

sou nada, só um ponto pequenino.

Que faço desse fim, que se aproxima,

perdido, vou vagando, em amargura,

queria a tua mão, teu beijo terno,

queria ter de volta o olhar sereno,

aquele doce amor que era só meu,

mas que deixou-me naúfrago, em tortura!

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 09/03/2009
Reeditado em 09/03/2009
Código do texto: T1477635
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