NÁUFRAGO
Me sinto como um náufrago, sem rumo
sem ter um intinerário, sem um porto,
Me encontro a afundar, sem terra firme.
Se olho a minha volta nada vejo,
só a imensidão tamanha, e escura,
me sinto congelado, meio morto.
Me perco, me debato em desespero,
agarro os pedaços de ilusão,
que podem me levar a alguma ilha,
e penso se pra mim, terá saída,
perdido, naufraguei, sem fé estou,
de tudo só restou-me a solidão.
Se antes eu seguia, tão seguro,
meu barco deslizava, sem temer.
Tão de repente veio a tempestade,
as ondas gigantescas, me levaram,
jogando-me de encontro as pedras frias,
cortando os meus sonhos, com prazer.
Destroços do meu barco, que hoje restam,
agarro, transtornado e sobrevivo.
Vou sendo transportado pelas ondas,
tentando achar, um chão, algum abrigo.
Não vejo um farol, nenhuma luz,
só há escuridão... mas estou vivo!
Me agarro a qualquer coisa que me venha,
que possa conduzir o meu destino,
pois tudo que eu tinha, foi-se embora,
afundaram-se os meus planos futuros.
Não vejo lá no céu, nenhuma estrela,
sou nada, só um ponto pequenino.
Que faço desse fim, que se aproxima,
perdido, vou vagando, em amargura,
queria a tua mão, teu beijo terno,
queria ter de volta o olhar sereno,
aquele doce amor que era só meu,
mas que deixou-me naúfrago, em tortura!