Corpo de delito
Tenho o corpo cansado
Uma solidão preguiçosa
me envelhece
A dor previsível nos olhos
da serpente denuncia
a inconveniência de viver
Gota indecisa acaricia a
folha, passada a chuva
Os morros da cidade
em total delíquio desabam
sôbre nossas cabeças
E eu observo a lembrança
do teu corpo,
corpo de delito.