Fugaz
Fufaz
Não quero ser da vida um vagão,
mais um, arrastado sobre trilhos velhos,
envelhecido pelas intempéries.
Também não quero ser um surto epidêmico
para estar presente nas pessoas, lembrado.
Não almejo na vida ser um veículo,
um porta-voz de más notícias.
Não quero um contato forçado
uma busca de provações, um fio de esperança.
Quero sim, ser chuva fina, chata,
mas que passa desapercebidamente.
Quero ser luz em praça iluminada,
gota d’água em oceano,
grão de areia em imensa praia.
Quero passar pela vida sem ser notado,
ser gente em meio a grande multidão.
Mas, nem por isso ser esquecido pela amada,
arrastado pelos trilhos envelhecidos,
um velho e apenas mais um vagão.