DESABAFO
A música é triste, a madrugada chegou e a chuva continuou.
Novamente estou aqui pensando e pensando...
Nas decisões que a vida toma e muitas vezes se engana,
E, tenta se safar colocando na gente sua responsabilidade insana.
Ah, vida louca como às vezes tenho raiva de você!
Neste momento sinto vontade de lhe matar para de fato viver.
A dor que sinto é tanta que transborda como lança,
Bate e volta dilacerando o meu peito já tão arrebentado por você.
Nunca quis ser diferente do que sou, mas queria ser amada como sou.
Sou transparente, posso até ser um erro da natureza...
– Mas só às vezes.
Sou tão torta que desentorto e fico dando voltas no destino,
Pensando que um dia o sofrimento terá fim,
E, quem sabe não descobrirei o caminho assim?
Nunca fui medrosa, nem louca, mas já tirei a roupa no meio da rua...
Fiquei nua, exposta, frágil e tudo por causa de uma nojenta barata.
Corri de estrada a fora e já recomposta sorri,
Dei a volta por cima, me vesti...
Garantindo não ter sofrido.
– Menti, pois sofri!
E, neste momento, de música lenta, que a vida tenta tripudiar de mim,
Não aceito, pois quero mais dela para ser feliz inteira e completa.
- Eu mereço!
Se para isso for preciso dormir, dormirei esperando acordar outra vez...
- Lá ou cá, sem revés...
Ah! Que madrugada chata!!
Vou sair por aí, rodar a 130 km por hora, isso importa?
Estourar meus tímpanos com um rock da pesada
E esperar a alvorada chegar e sorrir.
Não vou ouvir mais esse “chorinho” dos Beatles,
Especialmente gravado para mim,
Motivo da saudade que dilacera meu peito
E me mata sem estar no fim...
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Publicada no " Apenas Ysolda"
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