Jardim de dores
Não é o barulho que a chuva faz
Quando toca o chão...
O brilho que se espreme
Ao canto esquecido do olho
Ou mesmo a sutileza
Do repouso das pálpebras
Pouco antes do som do trovão...
Não é a flor que esmagada,
Desintegra-se na sarjeta...
Pétala por pétala, sonho por sonho...
Não é o sopro da madrugada,
A canção da natureza,
O peso do oceano
Sobre o grande quebra-cabeça...
Não é o barulho da chuva,
Mas o peso do olhar perdido...
Não é o brilho demasiado,
Mas a sutileza da pálpebra
Enquanto cobre o olho...
Não é a flor esmagada à beira da estrada,
Mas o jardim inteiro,
Morto...