Fruto proibido
E a face escondida sob o manto da noite
Volta-se para mim
E os olhos que permaneciam fechados
Enfim abriram-se
Mas quem é aquele que está ali?
Mesmo que o dia nasça eu não saberei quem é
Pois aquela alma sou eu
E na superfície espelhada da água negra
Eu fico a contemplar
Os olhos em chamas que um dia conheci
Que hoje ardem em suas órbitas apenas para me atormentar
E eu rompo o manto da noite com sua luz
Vendo em todos o que mais desejam ocultar
Me torno cego
Pela luz do conhecimento que desejo alcançar
Ouço vozes em minha mente
Vejo fantasmas a gritar
Eu gostaria de voltar a dormir
E não acordar
Tudo que desejaria era um pouco de paz
Eu provei o fruto proibido
Do qual todos querem um pedaço
E seu veneno me consome
Eu estive no paraíso
Mas de lá não consigo me lembrar
Eu vi a face de Deus e do Diabo
No doce sabor de final amargo
Do fruto da arvore da vida
Nos festejos do Shangri-la
Eu fui a serpente e fui o anjo
A semente do pecado que veio para te salvar
Serei seu Cain... seu Messias
Por sua sanidade eu rogo
Preste atenção
Mas não ouse me escutar