A perda de um filho
 
A mãe olha seu filho falecido
Fixa seu olhar no rosto pálido
Num corpo sem vida.
Suas mãos percorrem o rosto imóvel, frio
Nada é capaz de consolá-la
Ou fazê-la sair daquele lugar.
Daquele acento incomodo
Que nem lhe incomoda.
 
Quanta dor transpassa-lhe a alma
Que nada acalma
Não há proporção, não há explicação
É um pedaço de si tirado.
Seu choro já não tem lágrimas
Seus olhos nada vêem
A não ser, aquele seu ser
Que agora parte, se vai
Para não voltar mais.
 
Todas as dores são suportáveis
Pois passam, ainda que
Deixam marcas, cicatrizes...
Porém a dor de perder um filho
Jamais se vai. Ela pode até silenciar
Se calar, mais permanece viva
Morrendo apenas com a sua cria.