ALMA DE MINHA ALMA
Adormecida esta agora
Oh Alma amargurada
Tanta dor em si guardada
Tanta lágrima represada
Esta ali amontoada
Como um feto não nascido
Como um sonho não parido
Como uma mãe alijada
A alma esta em crisálida
Refazendo-se em seu tempo
A ferida ainda ardida
Entoa sua agonia e pranto
Será nesse casulo doloroso
Onde chagas viram asas
Que rompera afora, num gozo;
Destemida renovada mariposa
Não mais de dor semeada
Nem mais indolente mascarada
Será vôo de ilusão e esperança
Terra fértil para nova alvorada
É assim o destino de toda alma
Prantear em tempo dor fincada
E depois de velar corpo doido
Renascer tal fênix iluminada
Alma de minha alma.