The Cure (Desabafar Poético - XXXI)
The Cure – Desabafar Poético - XXXI
Essas músicas que me trazem sua agonizante ansiedade
Consistem em sua essência meus mais íntimos sofreres
É como se eu me transportasse para fora desse mundo
E adentrasse entre “e”s e “se”s a minha alma contundida.
E em dias tão ensolarados permaneço dentro dos cômodos
Como se me abrigasse da luz do dia e da verdade da vida
Sorvendo poeira cósmica de pessoas mortas há muito
Regojizando grandezas magnânimas completas pela curiosidade.
Suspiro junto com as notas em delay que suavizam
A embutida dor que transparece como a tristeza pelos dedos
Me recordando de cenas de quadro verde e giz branco
Quando meu ser era puro e meu semblante seríssimo.
Mas, tudo isso como névoa se esvai pelas narinas
E meus dedos que anseiam tocar mãos perdidas nos quilômetros
Encostam apenas nos raios de luz amarela, e umedecem
A pele com aquilo que de meus olhos castanhos provém.
Fico vendo-me cair cada vez mais perto...
E mesmo assim, meus destroços se perdem na floresta secreta
Que guardo dentro do abismo mais profundo de mim.
A minha cura é uma taça vazia transbordante em melodia!
É o profundo silêncio que deflagram minhas incautas pupilas.
(Rafaela Duccini - 24/02/2009)