ANGÚSTIA I
ANGÚSTIA I
Por: Rosa R. Regis - Natal/RN
22.02.2000 - (20;30hs).
A dor no peito é profunda e cruel
e não tem compaixão
do invólucro de músculos pulsante que o envolve
e que, por acaso, chama-se coração.
Machuca!... Incomoda!... Magoa profundamente!
Sem parar um só momento de ferir
com profundas estocadas como punhaladas
que parece objetivar tão somente destruir.
As lágrimas brotam-me aos olhos...
não consigo controlar.
Não sei o que ocorre...
Não sei por que me angustio.
No que estão falando em volta?!
Procuro concentrar-me...
...porém nada consigo...
e... estremeço... com um leve arrepio.
O que é mais importante?...
Ouço alguém perguntar.
Não sei...
E não entendo o que ele quer dizer...
O meu pensar está longe... diluiu-se... a vaguear.
Sinto-me desnorteada...
um nada... um não-ser!
O que está havendo comigo... Senhor Deus?!
O que de pior poderá, na minha vida, ocorrer?!
Já estou tão desmerecida...
magoada... machucada...
que já não sei o que de pior poderia, comigo, acontecer!
-Quem é mais importante?...
Ouço alguém perguntar.
E fala-se dos filósofos...
Antigos... Medievais... Modernos... Contemporâneos
-Não seriam todos importantes no seu tempo?!
-Julgá-los mais ou menos importantes, não seria um engano?
Mas não consigo acompanhar o pensamento lógico
com o qual me seria possível concordar ou discordar.
Estou fora de mim...
Não estou... Não sou... Não sei...
E nada do que falam, consigo assimilar.
Outro dia... outra hora... talvez eu cnsiga discernir.
Saber o que está ocorrendo comigo, afinal!
Quando amainar-se esta angústia... infindável...
que está sempre a me acompanhar. A me perseguir.
(durante uma palestra entre alguns Professores, Doutores em Filosofia, na nossa primeira semana de aula, no período 2000.1)