O INIMIGO

Para que algo seja muito complicado de se ouvir;

Dependerá de onde partir o que nos chega como adaga pelo ouvido;

Quisera nunca ter sentido aquele dardo me ferir;

Ao ser dilacerado te escutando proferir que sou teu inimigo!

Um inimigo imensamente diferente eu devo ser;

Cultivador de um infinito bem querer, leal nas mais difíceis horas;

Um protetor que ampara sem demoras, um cúmplice sem esmorecer;

Que ama sem jamais arrefecer, que é o mesmo no infortúnio ou nas glórias!

Se a boca que eu amo faz afirmação de tal loucura;

Então a mágoa me tortura e a paz me nega abrigo;

Não sei como consigo amar quem de tal forma me amargura;

Uma injusta criatura que não percebe a sorte de me ter por “inimigo”!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/02/2009
Código do texto: T1448862
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