O INIMIGO
Para que algo seja muito complicado de se ouvir;
Dependerá de onde partir o que nos chega como adaga pelo ouvido;
Quisera nunca ter sentido aquele dardo me ferir;
Ao ser dilacerado te escutando proferir que sou teu inimigo!
Um inimigo imensamente diferente eu devo ser;
Cultivador de um infinito bem querer, leal nas mais difíceis horas;
Um protetor que ampara sem demoras, um cúmplice sem esmorecer;
Que ama sem jamais arrefecer, que é o mesmo no infortúnio ou nas glórias!
Se a boca que eu amo faz afirmação de tal loucura;
Então a mágoa me tortura e a paz me nega abrigo;
Não sei como consigo amar quem de tal forma me amargura;
Uma injusta criatura que não percebe a sorte de me ter por “inimigo”!