Dedos...
Dedos no teclado... Desnudos, solitários...
Dedos trêmulos... Perdidos... Sem vida...
Pobres dedos enfraquecidos, desnorteados,
Sem um mísero poema... Sem rica rima!...
Dedos outrora tão hábeis, tão agéis e leves,
Senhores de si, do amor ditado, sentido!
Dedos que desenhavam corações e nomes...
Testemunhas de um lindo sonho vivido!
Hoje solitários... Adormecem no teclado,
Sem alegria... Sem versos... Sem poesia!
Tendo por compasso o som da melâncolia...
Escrevendo e apagando a última sinfonia!
Ficou no tempo... No espaço, a derradeira
Ilusão... Sua mais transloucada utopia!
Só a verdade... Dita palavras feias e vazias...
E um céu sem estrelas faz-lhes companhia!
Que são os dedos de um poeta... Sem sonhos?
Para que servem? Se não mais falam de amores?
Jazem eles... Sobre um teclado frio e funesto...
Rodeados e perfumados... Por inúmeras flores!
Mary Trujillo
18.02.2009
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