Purificação (T180)

Caminhando numa noite após a chuva

sentia os pingos que ainda teimavam

em cair na noite, em mostrar que existiam,

e eram eles que enxugavam minhas lágrimas

numa noite que escondia minha tristeza,

pois são épocas que sinto o peso da vida,

e nenhuma mão que me tire da penumbra,

mas sei que como os pingos que caem

tenho que seguir insistente em meu caminhar.

Sentado na guia pensamentos absortos e os pingos,

únicos remanescentes da chuva que caiu,

e que ainda lavam as impurezas,

que lavam a minha alma que neles se revitaliza,

transformando-se novamente em corpo sólido,

levanto e novamente vejo a estrada

e purificado continuo a caminhada.

Alexandre Brussolo (17/02/2009)