O SABIÁ E EU

Por: Rosa Ramos - Natal/RN - 2001

O sabiá quando canta

Expressa um sentimento:

Se livre, de alegria

Se preso, de sofrimento.

Eu também expresso o meu

Que o coração me transmite:

Um sentimento de dor

Que lá no meu ser existe.

É um sentimento doído

De um coração sofredor

Que se debate nas malhas

Da rede de um grande amor.

Um grande amor sem retorno

E que se deixa prender

Como um pobre passarinho

Frágil, a se debater.

E assim, preso nas malhas

Desse amor-desilusão:

O meu coração me falha.

E eu fico sem coração!

E aí, o meu cantar

Triste e desesperador,

Imita o do sabiá

Que, preso, chora a dor:

A dor de já não ser livre;

A dor de já não voar.

A dor de ser separado

Do seu verdadeiro lar.

A dor de já não poder

Mostrar seu belo cantar

Por vales e por planícies

P'ra quem quiser escutar.

A dor e um "preso inocente"

Que nada tem a pagar

E que um "ser incoerente"

Decidiu aprisionar.

A dor de saber que tem

Um imenso AMOR para dar

E que o "desamor", mesquinho,

Esse ser pequenininho,

Só para si, quis tomar.

...

E assim... como o sabiá,

Eu canto a minha dor!

A dor da imensa IMPOTÊNCIA

Que o "desamor", sem clemência,

Impôs ao meu GRANDE AMOR.

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 22/04/2006
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