O ALVO DO FIM

Por esse amor eu fiz o que ninguém faria;

Venci a minha própria covardia, a ponto de inventar inexistências;

Paguei as mais cruéis penitências, extrapolei a exagerada demasia;

Fui aonde nem a loucura iria, cumpri todas as sentenças!

Por esse amor eu fui capaz de alterar limites de fronteiras;

Saltei mortais barreiras, corri e até voei incansavelmente;

Uni o racional com o inconsequente, me equilibrei em abismais beiras;

Nem mesmo os temores e incertezas desconcentraram minha mente!

Por esse amor fui cumpridor além do que eu prometi;

Guerreei, ganhei, perdi - mas nunca abaixei a guarda;

Venci oposições no fio de minha espada, chorei e sorri;

Perdoei e transigi, ofereci meus ombros à insuportável carga!

Por esse amor eu fiz o que esse amor não fez por mim;

Doei meu líquido carmesim, mirei sem dó no meu cansaço;

Mas eis que agora me desfaço, dilacerado aos pés do fim;

Aquele amor que tanto amei assim tornou-se o meu maior fracasso!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 10/02/2009
Código do texto: T1431472
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