... e assim é a vida
Caia a muralha deste preconceito.
Afunde a nau que vem lutar comigo.
De fronte ao solo fique meu inimigo.
E tu, vitória, fique no meu peito.
Aguarde o sol e fique mais a lua.
Olho e disfarço, tento não mostrar
Minha vontade louca de beijar,
Morder teus lábios, tua carne crua.
Encobre o brilho com qualquer fumaça.
Torna em enigma o que já é incerto.
Rebenta o peito que a ti foi aberto.
Mata quem ama, antes que o tempo o faça.
Assim é a vida, ó criatura ingrata,
Cheia de fins em nossos plenos começos.
Assim é a vida, cheia de tropeços.
Ama-se alguém e esse alguém nos mata!