EU SOU A LÁGRIMA

Eu sou às vezes doce acolhedora...
Em muitas outras, fria e infeliz.
Mas outras vezes sou a sonhadora
Buscando sempre razão pra ser feliz.

De qualquer forma estou sempre presente;
Venho a convite do seu coração.
Estou em cada olhar mesmo inconsciente,
Quando o momento é de pura emoção.

Sou terna, doce e compreensiva
Quando falar mais alto o coração.
Mas sou amarga e intuitiva,
Quando nos faz sofrer a tal razão.

Se acontece e a dor se faz presente
E se nos maltratar o coração,
Eu poderei ser sal, amargamente
Para salvaguardar a emoção.

Algumas vezes eu sou a saudade,
Sou a tristeza ou a alegria,
Um grito silencioso que por vaidade,
Alguns escondem no seu dia a dia.

Eu até posso ser a solidão
Em forma disfarçada de dizer,
Que ao chorar o nosso coração,
Tenta esconder a dor, pra não sofrer.

E sendo assim sigo regando a vida,
Enquanto a emoção me permitir.
Se revoltada, triste ou comovida,
O importante é estar sempre aqui.

Agora sim, posso me apresentar,
Falar do simples, como um doce canto,
Que sempre estou presente em cada olhar
Pois sou a lágrima que suaviza o pranto.


Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional