ADAGAS NÃO ME FEREM...

Já chorei sózinho

Sentado à beira do caminho

Enquanto riam às minhas custas

Mas, nada mais me assusta

Sou feliz do meu jeito

Levo quem amo no peito

Sem receio, sem medo,

Sem nenhum preconceito

Acredito na felicidade

Nos bons de coração reto

Ainda semeio amizades

Planto estrelas no teto

Para admirá-las à noite

Já me desfiz do açoite

Pois, desconheço a violência

Seja física ou moral

Sofro com ausências

Sorrio com os bichos no meu quintal

Gosto de me esparramar no papel

Ou na tela do computador

Não sou poeta, nem fingidor

Agora me fazem de réu

E o pior já estou condenado

Já me aplicaram o maior das penas

Mas quem me condena

Já olhou pro seu passado?

Já amou e foi amado?

Sabe o que é o amor?

Ou é apenas alguém que vive na dor?

Dor de amores mal resolvidos

Deve ser um ser ferido

Com uma cicatriz que não se apaga

Alguém que perdeu o momento

E hoje sofre infeliz

Uma folha ressequida ao vento

Uma planta sem raiz

Sua mancha não se apaga

Sua chama não fumega

Tem uma razão cega

Mas não se entrega

É um fruto que se estraga

Por ter sido mal plantado

Por favor jogue fora suas adagas

E procure amar e ser amado

Aos prantos, hoje escrevo

Pois esse sofrer não é só meu

No entanto sei que não devo

Separar seu coração do meu

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