Pudor ao Sentimento
Quando há de se esquecer que se passou?
Esse tormento vil de amar ao vento!
E como a rosa ao roseiral desabrochou,
Que faça igual seu coração por um momento...
E num segundo o vão atroz tormento,
Que por demência uma peste o mal lançou!
E fez-se abri a chaga, o ferimento,
Às desfolhadas páginas de quem amou...
Nas minhas noites, quando hei de não pensar?
E não sentir o soturno calafrio dum vento,
Pelo passado que insiste em aqui morar?
E ermo um minuto, um só momento,
Para estancar a ferida: um esbravejar!
Se dá na morte, um sentimento...