Pudor ao Sentimento

Quando há de se esquecer que se passou?

Esse tormento vil de amar ao vento!

E como a rosa ao roseiral desabrochou,

Que faça igual seu coração por um momento...

E num segundo o vão atroz tormento,

Que por demência uma peste o mal lançou!

E fez-se abri a chaga, o ferimento,

Às desfolhadas páginas de quem amou...

Nas minhas noites, quando hei de não pensar?

E não sentir o soturno calafrio dum vento,

Pelo passado que insiste em aqui morar?

E ermo um minuto, um só momento,

Para estancar a ferida: um esbravejar!

Se dá na morte, um sentimento...

Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 19/04/2006
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