EU NÃO SEI MAIS FAZER POESIA
Incrível!
Eu não sei mais fazer poesias.
Minha alma, agora, está submersa
Numa escuridão nostálgica,
Perturbada.
Minhas idéias, em minha cabeça,
Já não têm uma ordem certa
Já não estão divididas cada uma em seu lugar.
Meus pensamentos, sinto, a cada dia
Tornam-se mais tenebrosos e temíveis
A loucura quer me abraçar,
Me dominar.
Aproxima-se de mim,
me domina como a obscuridade
à luz.
Eu não quero
Não quero...
As idéias já não são aquelas mesmas,
bonitas de um jovem com
Um futuro promissor.
As palavras bonitas
Fogem à minha boca.
Aquele desejo, de ser quem eu tanto imaginava
Já está tão distante.
Não! não o desejo,
mas a realidade,
da qual ele depende.
E, enfim, eu não sei mais escrever poesias
Como antes,
com palavras bonitas,
Com joguinhos de palavras.
Eu não sei mais amar.
As idéias vão ficando tortas e esquisitas.
Eu já não as sinto,
já não as penso.
E não sei mais o que escrever.
Antes, eu sabia tanto,
e, agora, eu pouco ou nada sei.
Eu estou mudando.
Há muito que já não sou mais o mesmo.
Só o que gostaria, agora,
era de saber o que está acontencendo.
Será que as pessoas podem ajudar?
Podem dizer o que há comigo?
Eu temo,
eu fujo.
Mas correr não adianta.
Agora, experimento o sentido do ditado:
Se ficar, o bicho pega;
e, se correr, o bicho come.
Agora eu sei,
e, ao saber,
a gente teme.
Eu sei da verdade.
Eu sei de tudo. Tudo
Porque, quando a gente não sabe
mais escrever poesias,
a gente descobre tudo...
Mas, o que está acontecendo comigo?