EU NÃO SEI MAIS FAZER POESIA

Incrível!

Eu não sei mais fazer poesias.

Minha alma, agora, está submersa

Numa escuridão nostálgica,

Perturbada.

Minhas idéias, em minha cabeça,

Já não têm uma ordem certa

Já não estão divididas cada uma em seu lugar.

Meus pensamentos, sinto, a cada dia

Tornam-se mais tenebrosos e temíveis

A loucura quer me abraçar,

Me dominar.

Aproxima-se de mim,

me domina como a obscuridade

à luz.

Eu não quero

Não quero...

As idéias já não são aquelas mesmas,

bonitas de um jovem com

Um futuro promissor.

As palavras bonitas

Fogem à minha boca.

Aquele desejo, de ser quem eu tanto imaginava

Já está tão distante.

Não! não o desejo,

mas a realidade,

da qual ele depende.

E, enfim, eu não sei mais escrever poesias

Como antes,

com palavras bonitas,

Com joguinhos de palavras.

Eu não sei mais amar.

As idéias vão ficando tortas e esquisitas.

Eu já não as sinto,

já não as penso.

E não sei mais o que escrever.

Antes, eu sabia tanto,

e, agora, eu pouco ou nada sei.

Eu estou mudando.

Há muito que já não sou mais o mesmo.

Só o que gostaria, agora,

era de saber o que está acontencendo.

Será que as pessoas podem ajudar?

Podem dizer o que há comigo?

Eu temo,

eu fujo.

Mas correr não adianta.

Agora, experimento o sentido do ditado:

Se ficar, o bicho pega;

e, se correr, o bicho come.

Agora eu sei,

e, ao saber,

a gente teme.

Eu sei da verdade.

Eu sei de tudo. Tudo

Porque, quando a gente não sabe

mais escrever poesias,

a gente descobre tudo...

Mas, o que está acontecendo comigo?

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 30/01/2009
Reeditado em 30/01/2009
Código do texto: T1412779
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