Singeleza...
Silencioso, ele a esperava...
E ela chegou com o coração em saltos.
Ele até mesmo ansiava e desejava...
Ela, sem graça, não sabia o que dizer...
Pacientes, ambos previam o desfecho.
Ele esperava que viesse e dissesse
as palavras fatais:
de que havia e há outro em seu lugar.
Por fim, ela se resolveu e, cruel,
cravou-lhe esse punhal no peito,
matando suas últimas esperanças,
seus sonhos de mudança...
Suas palavras certeiras
atingiram-lhe a jugular, como toureira...
Mas, é preciso dizer que, antes,
ela olhou-o fria nos olhos,
como que avisando-lhe do golpe.
Não o perdoou pelos muitos erros...
Ele caiu, mas elegante...
Olhou-a, sem uma lágrima,
não parecia ofegante,
nem dobrou os joelhos.
É claro que beijou a arena e,
na areia, quedou-se, silencioso,
com o coração sangrando...
Sua pena?
Agora, ali jaz...
Está morto, naquele apartamento,
cheio de dores.
A semente da fênix demora a se manifestar.
Poeta! Guerreiro! Seja valente! Renasça!
Nunca se esqueça do que ela te ensinou!
Menezes, Hildebrando & Cruz, Ana ... (Dueto). Mural dos Escritores. 27/01/2009.
Nota: Homenagem à querida amiga Leilane França (23 anos) que faleceu nesta data em Salvador/BA e com a qual o poeta Hilde mantinha relações afetivas de profunda e sincera amizade, criado diversos poemas a pedido dela própria e tendo ela como sua musa inspiradora.