INSEGURANÇA
Eu não imploro por mais nada, eu não decoro os improvisos;
Se encontro choro nos sorrisos, é que ganhei nas minhas perdas;
Eu sou o pedestre das gavetas, sou retilíneos guizos;
Incendiado por granizos, mapeado com incertezas!
Guardo lembranças das cenas férteis desse nunca;
O que me junta desse céu são essas nuvens aspergidas pelo chão;
Um velho embrião, um questionário que não pergunta;
Uma vivacidade defunta, trazendo dor real aos golpes da imaginação!
Meus ossos querem paz e minha noite quer sonhar sem desengano;
Será não mais que arroubo insano, se teu amor fizer-me as vezes de um divã;
Dialogar com meu leviatã, desafiar esse terror tão leviano;
E até mesmo comemorando cada mínimo segundo de mente sã!
Vende-se à esperança, uma alma perturbada por seus medos;
Compram-se segredos que assegurem uma sólida tranqüilidade;
Se a química da felicidade reage à fé que há no rodapé de seus enredos;
Também se escutam os torpedos, que abalam os nervos, nos solos da incredulidade!
“Acreditar em si é a única forma de ao outro ser possível confiar”