INSEGURANÇA

Eu não imploro por mais nada, eu não decoro os improvisos;

Se encontro choro nos sorrisos, é que ganhei nas minhas perdas;

Eu sou o pedestre das gavetas, sou retilíneos guizos;

Incendiado por granizos, mapeado com incertezas!

Guardo lembranças das cenas férteis desse nunca;

O que me junta desse céu são essas nuvens aspergidas pelo chão;

Um velho embrião, um questionário que não pergunta;

Uma vivacidade defunta, trazendo dor real aos golpes da imaginação!

Meus ossos querem paz e minha noite quer sonhar sem desengano;

Será não mais que arroubo insano, se teu amor fizer-me as vezes de um divã;

Dialogar com meu leviatã, desafiar esse terror tão leviano;

E até mesmo comemorando cada mínimo segundo de mente sã!

Vende-se à esperança, uma alma perturbada por seus medos;

Compram-se segredos que assegurem uma sólida tranqüilidade;

Se a química da felicidade reage à fé que há no rodapé de seus enredos;

Também se escutam os torpedos, que abalam os nervos, nos solos da incredulidade!

“Acreditar em si é a única forma de ao outro ser possível confiar”

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/01/2009
Código do texto: T1396599
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