Cadafalso
Cadafalso
Hálito que emana de meus cruéis lábios
Enquanto tateio na pele a cicatriz;
Não sei se quero ter do ornamento o ouro
Ou entre a garganta a voz dos sábios.
Agora que tenho nos olhos o escuro
E no corpo sailente o confinamento,
Sinto que já não mais entendo
A existência de algo que procuro.
Perco as palavras no cadafalso da memória,
Esqueço a melodia e a metonimia...
Me dissolvo dentro de meu vácuo
E esparramo-me como a lágrima ao chão!