Cadafalso

Cadafalso

Hálito que emana de meus cruéis lábios

Enquanto tateio na pele a cicatriz;

Não sei se quero ter do ornamento o ouro

Ou entre a garganta a voz dos sábios.

Agora que tenho nos olhos o escuro

E no corpo sailente o confinamento,

Sinto que já não mais entendo

A existência de algo que procuro.

Perco as palavras no cadafalso da memória,

Esqueço a melodia e a metonimia...

Me dissolvo dentro de meu vácuo

E esparramo-me como a lágrima ao chão!

R Duccini
Enviado por R Duccini em 18/01/2009
Reeditado em 18/01/2009
Código do texto: T1391959
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