Teatro da Vida
Na penumbra da minha mente
Estou encontrando o fim
Meus desejos de morte me acompanham
A faca esta em minha mão
E o pulso lateja
A lâmina brilha suavemente
Cortando a carne lacerada
Derrama meu líquido rubro vital
Esvaindo as minhas idéias lúcidas
Sobra-me apenas o delírio da morte
Juntamente com imagens borradas
Uma voz ecoa em minha cabeça
A consciência a muito perdida
Retorna a minha alma
Culpando-me pela última decisão
Talvez a mais acertada em minha vida
Quando o fim é justificado pelo início
Encontro-me em confronto comigo mesmo
A razão me abandonou no final da minha vida
Fora de minha sobriedade
Encontrei tal solução
Quando um pequeno filme corre por minha mente
Mostrando as dores de minha vida
Revela-se a causa de minha morte
A solidão dos meus dias negros
Por cada momento de chuva
Por todas as lágrimas que derramei
Por tudo aquilo que me sacrifiquei
Por todo tormento que suportei em meu coro
Por cada ferida que se abriu
Por todas que não cicatrizaram
Por cada um que arrancou tudo de bom em mim
Por todos que me fizeram o que sou
Vendo o sangue cair no chão
Manchar um tapete para limpar uma vida
Morte
Oh doce Morte que me carrega em teus braços
Faz-me teu amante
Neste momento lascivo de minha existência
Beija-me com o sabor frio da inexistência
Do esquecimento eterno
Cair em profundo luto
Agora em meu final
Deitado em meu caixão
Varias pessoas choram um corpo
Que talvez nem conhecessem
Minha expressão insolúvel em meu manto
Demonstra o que sempre fui
Apenas um corpo sem alma
Ou uma alma sem corpo
Saber o que sempre fui
Será a questão maior de minha existência
Por tal pergunta interna
Dei fim ao maior dom divino
Traí o meu Deus
O único que confiou em mim
Choro em minha lápide
O meu amargo final
Faz-se o fim
Do meu teatro de vida