Quando eu Não Quero Ser Quem Sou
Como me odeio!
A mim, este traste inútil!
Quando olho meus olhos ao reflexor
Então, sinto nojo.
Como posso ser assim?
Tão egoísta? Tão desajeitado?
Tão tonto e imbecíl?
É por isso que as pessoas me olham
Com vilipêndio,
Porque eu não sou nada...
Um imprestável, apenas.
Se eu ao menos fosse mais clarinho...
quem sabe?
Aí! Deixa de falar besteiras!
Mas, se eu fosse, acaso,
mais bonito;
ou se fosse mais inteligente...
Não! Inteligente eu não quero ser...
Eu quero é ser bonito,
porque as pessoas bonitas
não precisam de ser inteligentes.
Aí, então, se eu pensasse menos
do que penso...
E se eu fosse menos louco
ou nada louco,
talvez me sentisse melhor.
E seu eu escrevesse alguns poemas de amor,
verdadeiras poesias...
Se eu amasse uma mulher...
Não! Se uma mulher me amasse...
não me amassasse,
então, gostaria de ser eu mesmo.
Mas, agora, como sou,
Do jeito que estou,
eu me sinto mal,
triste, inconsolável.
Se eu buscasse menos a verdade,
se me perguntasse menos
e aceitasse o que as pessoas
dizem, sem reclamar -
mesmo que o que elas digam
seja errado,
eu aceitaria pensando que era certo,
só pra ser comum e normal,
como todos os outros.
Ah... se eu fosse mais esperto,
mais lépido...
Ah! E se eu soubesse cantar bonito!
Se eu pensasse menos nas cousas certas
e aceitasse as cousas assim mesmo como elas são,
então, me sentiria mais feliz,
mesmo não sendo eu.
Mas não! Talvez não valesse a pena,
porque eu sou eu,
como eu sou,
e estou certo, assim como sou!
Mas, se eu não fosse eu,
nem sentiria falta...