HORAS DESVAIRADAS DE UMA GUERREIRA

Sentei-me na varanda da ilusão,

aguardando a paz que me faltava.

Esperei entre gritos abafados,

que meu sonho suportasse a desilusão.

Com lágrimas vermelhas, semblante de dor, pés firmes

caminhei por uma estrada triste e vazia. Pedregulhos, matos secos,

carcaças de bichos, poeira, secura de vida. Marcha alma por estes cantos, sem entender o que foi feito das planícies verdejantes.

Calma alma que grita, calma alma que suplica paz!

Anda! Põe-te um passo a frente, crente!

Anda, segue no pó, sem dó de que teus pés doem.

Marcha trôpega, mais para a frente.

Um rosto....espinhos....sangue....esperança, andança que cansa.

Mas....o que vejo é miragem ? Pastagem ?

Anda, trôpega, sedenta e mpoeirada...anda....anda...anda....tropeça, levanta, transpira....anda....levanta....anda......

Sacode a poeira da roupa, chuta a pedra que te come o pé, mais anda. Canta um canto de pássaro triste e faminto ... anda ... canta.. anda! Horas desvairadas, desencobertas de paz,

rasgadas por um tempo inútil.

Guerreira da vida, luta insana!!!!!! Anda e pisa forte por este chão esburacado. Deixa que o caminho te leve a algum lugar.

Lugar lugar lugar lugar

devaneios andalugarondeanda anda anda

Guerreira de lágrimas vermelhas.

Brota!!!!!!!!!!! Brota vermelha uma rosa,

vermelha, rosa, brota na margem de um oásis.

Incandescente, miragem, oásis. Guerreira!!!!!

Santa guerra de gente forte, que trança o mundo com teias de sonhos. Vermelha de rosa, vermelha de dor, vermelha de sangue.

Oásis, nasce sempre um oásis em mim. Rosa vermelha na beira do abismo. Guerreira...anda....sangra....ama....sonha.....anda!

2003