Olhos da Guerra

Olhos perdidos

no horizonte

mãos se esfregam

aflitas...

Pés inquietos

quase saltitam.

Involuntários gemidos.

Bocas silenciadas

pelo medo.

O corpo responde aterrorizado

aos bombardeios malditos.

O menino não compreende

o que adultos não explicam.

Em nome do que há guerras?

De terras, poder, religião...

Se a vida é o que vale mais

Porque não cessam esta aflição?

Esta incerteza do amanhã,

se os olhos de novo se abrirão

Os olhos se fecham assustados

inseguros de abri-los ou não

E os homens seguem...

abrindo valas no chão.

(Sirlei L. Passolongo)

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