POSSE = TÂNIA AILENE

POSSE

TÂNIA AILENE

Tudo confuso, morrendo lenta, inerte

uma vida em compasso do fim...

Ou preciso de ajuda

ou não quero existir...

Como, com quem contar,

o pavor que avança sobre a minha vida

uma gota de silêncio cai sobre o passado.

Vejo tudo,

olho todas as coisas

como se nada tivesse.

Um grão de areia na imensidão da idade

que questiona a existência...

Alma, carma, tempo que passa

joga amarguras sem esquecimentos

peso na balança do saber

oferendas e mágoas sofridas.

Queria passar por cima

nunca ter a lembrança de sonhos desfeitos.

Humilhação do saber porque fez, para que?

A única vingança

que vira contra o feitiço das ilusões perdidas.

Já não creio no amanhã

não vivi o ontem

o hoje não existe...

Cada gesto, palavras parecem forçadas

na dor da falta de respeito

do direito que não fez presente na cobrança

do mostrar que faço para você...

Não quero

não peço

não imploro

não aceito

não me submeto

simplesmente rejeito

dentro de mim essa posse ...

Paz terei, com liberdade,

sozinha, sem medo

prefiro o fim da morte da anunciada

com a dor da obrigação imposta...

11/04/2006

TÂNIA AILENE

Tânia Ailene Nua Poesia
Enviado por Tânia Ailene Nua Poesia em 12/04/2006
Código do texto: T137699