O Funeral do Desconhecido.

Me armei com as armas que pode encontrar pelo caminho.

Batalhei uma guerra após a outra com uma fé cega de uma vitória inexistente.

Perdi... Fracassei... Caí tantas vezes até meu corpo sentir o peso da própia armadura.

Prucurei seguir em frente mesmo quando não havia mais um caminho.

Segui pela estrada mesmo nas noites sem lua.

Senti a dor causado pelo escudo e pela espada em meus braços cansados.

Senti meus ossos e dentes rangerem a cada impiedoso golpe, até não restar mais nada de mim.

E depois de mais de séculos nessa cruzada, ajoelhei-me na borda de minha estrada e finquei ao solo arenoso a espada, depositando juntamente meu escudo.

Minha armamadua desmantelou-se, partes por partes, a cada passo a esmo que profanei.

A estrada perdura, mas a guerra acabou.

Fui vencido.

Meu espírito morreu igualmente com o que um dia foram meus sonhos.

E tudo acabou como uma fábula infantil sem final.

Como um pesadelo das madrugadas, como tardes frias e fins de ano.

Não existe mais um caminho, não existe mais fé alguma.

Só reside a derrota e a vergonha, o errante e o silêncio noturno.

Existe somente a verdade terrível e inevitável.

Só existe a dor e a solidão.

A despedida para a partida.

Existe somente um funeral que ninguém irá ver...

O desconhecido funeral do cavaleiro.

Jaguar SS
Enviado por Jaguar SS em 09/01/2009
Reeditado em 15/01/2009
Código do texto: T1375359