O Funeral do Desconhecido.
Me armei com as armas que pode encontrar pelo caminho.
Batalhei uma guerra após a outra com uma fé cega de uma vitória inexistente.
Perdi... Fracassei... Caí tantas vezes até meu corpo sentir o peso da própia armadura.
Prucurei seguir em frente mesmo quando não havia mais um caminho.
Segui pela estrada mesmo nas noites sem lua.
Senti a dor causado pelo escudo e pela espada em meus braços cansados.
Senti meus ossos e dentes rangerem a cada impiedoso golpe, até não restar mais nada de mim.
E depois de mais de séculos nessa cruzada, ajoelhei-me na borda de minha estrada e finquei ao solo arenoso a espada, depositando juntamente meu escudo.
Minha armamadua desmantelou-se, partes por partes, a cada passo a esmo que profanei.
A estrada perdura, mas a guerra acabou.
Fui vencido.
Meu espírito morreu igualmente com o que um dia foram meus sonhos.
E tudo acabou como uma fábula infantil sem final.
Como um pesadelo das madrugadas, como tardes frias e fins de ano.
Não existe mais um caminho, não existe mais fé alguma.
Só reside a derrota e a vergonha, o errante e o silêncio noturno.
Existe somente a verdade terrível e inevitável.
Só existe a dor e a solidão.
A despedida para a partida.
Existe somente um funeral que ninguém irá ver...
O desconhecido funeral do cavaleiro.