Alma em tormento

O amor nos prega peças

E nos faz sofrer à beça

Atormenta, lacrimeja, entristece

Quando complica e não se explica

De suas incríveis doideiras

A causar o tédio e a canseira

A te invadir e abrir o vazio

Angustia, machuca e neurotiza

Fica o gosto de fel na boca

Como se engolido estivesse

Pelo cabo do guarda chuva

Vontade incontida do álcool

Procura do fumo maldito

E as unhas corroem nos dedos

Uma tristeza que não vai embora

A te incomodar de hora em hora

Nada o consola dessa doença d'agora

Só o papel e a caneta são suas bengalas

E a dor da saudade que assola?

Buraco aberto no peito, sem jeito

Só a lembrança dos beijos...

Daqueles abraços... O vinho... O queijo

E a lágrima estancada e rolada na escada

Da face seca e envergonhada

Sem saber donde e por onde

Pegou esse bonde de dor

Como embarcou nesse hiato

Como foi parida a gota... O gole...

O tiro... O estampido... Coração ferido!

Amor?! Quanta falta você faz...

Volta... Venha! Devolva-me a paz!

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 09/01/2009
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