Alma em tormento
O amor nos prega peças
E nos faz sofrer à beça
Atormenta, lacrimeja, entristece
Quando complica e não se explica
De suas incríveis doideiras
A causar o tédio e a canseira
A te invadir e abrir o vazio
Angustia, machuca e neurotiza
Fica o gosto de fel na boca
Como se engolido estivesse
Pelo cabo do guarda chuva
Vontade incontida do álcool
Procura do fumo maldito
E as unhas corroem nos dedos
Uma tristeza que não vai embora
A te incomodar de hora em hora
Nada o consola dessa doença d'agora
Só o papel e a caneta são suas bengalas
E a dor da saudade que assola?
Buraco aberto no peito, sem jeito
Só a lembrança dos beijos...
Daqueles abraços... O vinho... O queijo
E a lágrima estancada e rolada na escada
Da face seca e envergonhada
Sem saber donde e por onde
Pegou esse bonde de dor
Como embarcou nesse hiato
Como foi parida a gota... O gole...
O tiro... O estampido... Coração ferido!
Amor?! Quanta falta você faz...
Volta... Venha! Devolva-me a paz!
Hildebrando Menezes