Sonhos por sonhos.
Num lugar além das estrelas, só que mais baixo,
É lá que a lógica não se atreve,
No fim da revoada sonora dos pássaros uma parte...
...da parte que distrai, névoa e paz,
O amor não pára, e nos sonhos permanecem,
e dói em tons de azul, de azul, e lá reluz trechos de uma vida melhor,
Pintura de devaneios.
Roubei um instante, o furto do meu coração, o fruto do amor,
Da vida um desejo auto-piedoso, quero partir,
Não posso sentir o amor que fica, embora ele fique...
Embora partir é fugir, poderia fulgir?
Sonho por sonho, eu fico com o meu, pequeno e ambicioso,
É verdade. Pergunte qualquer motivo, e a razão é menor.
(...que diz é monotonia é que sei), quando o coração criança,
No fim da revoada de pássaros, no fim do livro, que razão não há para o que sei,
Fragrante o corpo em pele, da nua solidão matutina, mas é hoje,
Ontem noturna, em noturnos versos não escritos, pelas mãos não eficazes, do poeta analfabeto. De amor.
Ainda que do amor que é só isso...Engano sem dúvida! Não há poesia se for, não há poesia ser for, não há poesias se for, não há poesia se for, não, a poesia se foi.
Foice e corte, da morte da noite, tributo à chegada do dia, que há de ser.
Não há poesia sem dor, de ilusão, de solidão, de medo, de amor,
Ainda que do amor que é só isso.