TUDO SEM NADA

TUDO SEM NADA

Como posso ter tudo e nada ser,

se o nada que me reveste

explode em pranto

e tudo é triste?

Nada é alento

tudo é dor

e sangra.

Há tempos de tudo.

Há tempos de nada.

Procuro-te em tudo

Nem sonhas comigo.

E num rubro devaneio me ocorre

um pingo da lembrança mórbida

do nada em que me encontro

E hoje que o teu nada é todo o meu tudo

te espero

e só choro, mais nada.