POESIA E DOR EM ORAÇÃO

POESIA E DOR EM ORAÇÃO

Choro o pranto da purificação

Mas a lágrima que não caiu em vão,

Não se espatifou em meu rosto

E nem sequer bastou ao meu sofrimento,

Brota e inunda minh’alma.

Ao calvário! Ordena-me a vida,

Crucifica a culpa que teu peito arrebenta

E divide com a poesia esse teu amargo pranto,

Mas meu deserto em sangue se desfaz

Escorrendo pelas áridas dunas de tempo perdido

E inumano, povoa rios com a dor da mais pura ausência,

E mares com imensas ondas da minha mortificação.

Sacrificai-me Senhor!

A teus pés imploro.

Vinde a mim

a tua ira.

E misericórdia

a quem tanto

vos tem ofendido. Amém!

LÍGIA SAAVEDRA