O descontente
Este poema não possui palavras doces,
Irei exaltar aqui o tédio e suas poses.
Vou glorificar a nossa decadência,
Ironizar sem perdão a maldita inocência.
Quero usar palavras amargas,
Para ferir seus lábios...
Quero com a minha melancolia,
Roubar sua paz e assassinar sua alegria.
Cantarei hinos fúnebres para ressuscitar
Aquilo que nunca esteve morto...
Não quero ouvir a palavra “felicidade”
Espero que a chuva mate teus sonhos,
E inunde com rancor a tua cidade.
Colarei em muros de concretos,
Cartazes desejando seu fim.
E que você e eu possamos...
Chorar até secar nossos ossos.
Existe remédio para essa dor?
Só quando eu e você...
Descobrirmos a pá que enterrou,
O sentimento que os poetas chamam de amor.