O descontente

Este poema não possui palavras doces,

Irei exaltar aqui o tédio e suas poses.

Vou glorificar a nossa decadência,

Ironizar sem perdão a maldita inocência.

Quero usar palavras amargas,

Para ferir seus lábios...

Quero com a minha melancolia,

Roubar sua paz e assassinar sua alegria.

Cantarei hinos fúnebres para ressuscitar

Aquilo que nunca esteve morto...

Não quero ouvir a palavra “felicidade”

Espero que a chuva mate teus sonhos,

E inunde com rancor a tua cidade.

Colarei em muros de concretos,

Cartazes desejando seu fim.

E que você e eu possamos...

Chorar até secar nossos ossos.

Existe remédio para essa dor?

Só quando eu e você...

Descobrirmos a pá que enterrou,

O sentimento que os poetas chamam de amor.

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 29/12/2008
Código do texto: T1358679
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.