ALMA CANSADA

O velho assentado na ponta,
Do banco na praça central,
Assiste ao final,
De mais um dia,
O cinza da melancolia,
Sutilmente toma conta,
Do seu olhar,
No solitário crepúsculo,
A dor - com D maiúsculo,
Navega no seu mar,
Sente uma vontade de voar...
Fugir do eu sou,
Da árida realidade,
Do peso da idade,
Mas, o tempo não perdoou,
Desplumou as suas asas,
Apagou as brasas,
Da sua esperança,
Nem mesmo, a lua prateada,
Que surge por trás da palmeira,
Serenamente,
E a menina que dança,
Sorridente, cantadeira,
Rejuvenescem a sua alma cansada;
O seu cansaço de ser gente.