Até quando?

Até quando?

De Iolanda Brazão

O mar calmo

De águas cristalinas

Virou mar tenebroso

De ondas impetuosas

Minha vida serena, tranqüila

De repente transformou-se

Num verdadeiro inferno

De labaredas gigantescas

De ares poluídos

Daí nem sei o que fazer

Se corro

Se grito

Ou deixo que o fogo

Consuma meu corpo

Tão sofrido e frágil

Se estou na chuva

Molho-me

Se estou no sol

Queimo-me

Meu sonho azul

Continua negro

De uma cor inconfundível

Tudo é horrível

Tudo é terrível

Nada modifica

Tudo se transforma

Quando surgira a tão sonhada glória

Que marcara com linhas douradas

O livro de minha história.