Após o funeral
Eu estou muito triste
Esta dor profunda insiste
Em ferir meu coração
O tempo hoje não existe...
Quisera findar as lágrimas
E desfazer o nó da garganta
Não consigo é impossível
A emoção resiste
Não posso trancá-la
Em um canto qualquer
Se teu corpo não mais existe
A alma continua além
De tudo o que me cerca
De minha razão atrofiada
De minha visão limitada
Será que ela ainda me quer?
Após o peso do funeral
Naquela chuvosa tarde
Me recostei a sombra
De uma frondosa árvore
E vi ir embora os pares,
Amigos, parentes,irmão
Voltando para seus lares
Enquanto dormias no caixão.
Não pude voltar a ser eu mesma
Me enlutei naquela quarta-feira
Me enterrei a beira da vida
Me assassinei em tua partida.
O tempo cruel insiste
Em devolver-me lembranças
e hoje estou triste,
vazia sem esperanças.