A AGONIA

Numa tarde de domingo.

Saudade constante

Coração soluçante,

O ar no tempo parado.

As folhas inertes

No céu pairam nuvens pesadas de chuva.

Espera...

Espera inútil

A chuva chegou em grossas gotas,

Molhando as árvores e relvas,

Trazendo vitalidade.

Quisera que também jorrasse felicidade

Da tua presença para acalmar

Um coração sofrido.

Espera...

Espera sofrida...

A chuva passa.

Olhando vê a vida na natureza: o verde

Tornou-se mais verde, suas matizes,

Mais glamourosas.

O vento sacode, as gotas, que ficaram entre as folhas,

A água lavando telhados, calçadas e ruas,

Penetrando no seio da terra

Vê a vida lá fora.

Sente dentro de si, que ao contrário, apenas a

Saudade existe, fria, com seus grilhões, aperta

Mais seu coração.

Deixa-a passiva no seu meio.

Cansou de sofrer, deixa-se levar, sem vida,

Como viver por viver...

Angela Pastana... Poeta paraense.

Obra: GOTAS

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 21/12/2008
Código do texto: T1347210
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.