A AGONIA
Numa tarde de domingo.
Saudade constante
Coração soluçante,
O ar no tempo parado.
As folhas inertes
No céu pairam nuvens pesadas de chuva.
Espera...
Espera inútil
A chuva chegou em grossas gotas,
Molhando as árvores e relvas,
Trazendo vitalidade.
Quisera que também jorrasse felicidade
Da tua presença para acalmar
Um coração sofrido.
Espera...
Espera sofrida...
A chuva passa.
Olhando vê a vida na natureza: o verde
Tornou-se mais verde, suas matizes,
Mais glamourosas.
O vento sacode, as gotas, que ficaram entre as folhas,
A água lavando telhados, calçadas e ruas,
Penetrando no seio da terra
Vê a vida lá fora.
Sente dentro de si, que ao contrário, apenas a
Saudade existe, fria, com seus grilhões, aperta
Mais seu coração.
Deixa-a passiva no seu meio.
Cansou de sofrer, deixa-se levar, sem vida,
Como viver por viver...
Angela Pastana... Poeta paraense.
Obra: GOTAS