Terrível noite
Calada ainda está à escura noite de dezembro
Nada se escuta...
Até o vento que faz bailar as folhas é silencioso
De um prenúncio maldoso, e eu nesta solidão sentida.
Coração partido, peito dorido, alma rasgada.
Meus sentimentos para os meus, não é nada
E a qualquer momento pode desabar a tempestade.
Brisa que sopra em mudo sussurro
Bafeja as roupas que cobrem meu corpo.
A outra tempestade já veio, em forma de pesadas palavras com indícios de mentiras e maldades.
É escura esta noite, de breu profundo
Abocanhando este mundo, que ante ela é pequeno.
Silêncio em meu coração, ele já não chora
Silêncio sombrio
Ora poderoso, ora ameno.
Lá fora está frio
Em minhas veias só sangue gélido
Meus cabelos se eriçam, ao imaginar o som do horror
Quando em um passe de mágica,
Rolarem as pedras em um estardalhar violento
Com a mesma violência que foi atingida meu amor de mãe.
Quando os uivos e sussurros
Abalroarem todos os lamentos
Quando os gritos e rangidos
Soarem ao sabor do vento
Esta escura noite de dezembro terá fim,
Somente a tristeza que vai em minh’alma
Será prá sempre assim...