Marujos, marujos

Marujos, marujos

De velhas caravelas

Sonhavam com o mar

Antes de conhecê-lo.

Sonhavam com terras

Além do ignoto

Nublado horizonte,

Inalcançado.

Sujos marujos

Em mulheres aportam

Sujas dos portos

E das flores do mangue.

Em anseios se abrem

Em bocas e corpos

Em peles e pêlos

Em nádegas e seios.

São cais da negra vida

Dos que gozam a negra vida.