Despedindo-me De Mim Mesmo

Despeça-se de mim

Enquanto eu mesmo tomo coragem para fazê-lo

Há muito já não sou mais como aquele

Que rasgou o ventre de uma mãe

Procurando pela vida que havia lá fora

Deixe-me cá dentro de meu próprio útero

Nele eu vivo como quero

Amo quem quero

Choro por quem quero.

E não despeço-me antes da hora

Mas agora é tarde, eu já parti

E nem sei quando chegarei lá

Ao menos sei onde o lá vai dar

Mas o apito soou, e o maquinista

Sorri para mim com seus olhos fundos

É como se dissesse-me que o trem não parará

Ele sequer sairá daqui.