DOR NO PEITO

A cada dia sinto que a vida nos separa.

Ora agradeço, ora fico indecisa e revoltada.

E, nessa indecisão, sigo tentando não pensar em nada.

O sonho cada vez mais a povoar a minha mente,

Tenho medo de perder a minha semente,

Mesmo sabendo que talvez isso me fizesse um bem de verdade,

Quero continuar na minha desvairada realidade.

Igual a música...

Sou poesia, sou tristeza e sou alegria.

Ressôo, com ou sem acústico, sem muito custo.

A alma se torna notas musicais e eu magia...

Sei que um dia assim serei de fato,

Pois não acredito no que vejo.

Acredito naquilo que sinto e prevejo.

E,assim, vivo sendo levada por um suave vento.

Passo por lugares desconhecidos e lindos,

Onde a dor da saudade que a perda nos trás

Não existe e por onde há apenas PAZ.

As flores são todas perfumadas,

Não são dos jardins retiradas,

Os beija-flores cuidam delas,

Sem receio de perdê-las.

Quem sabe eu já não esteja num lugar assim?

Neste momento, por exemplo, não sei se sou

A música que escuto,

O ar que respiro,

Ou a dor que no peito sinto.

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