POEMA DO NÃO TER NADA
Na noite que passou, eu pedi tão pouco.
Eu quis sentir a alegria de uma criança,
Descansar meu olhar no olhar de alguém
E acariciar seu rosto amado.
Mas nada disso tive, assim, como não tenho.
Olhei o céu, então senti a imensidão do tempo,
E no orvalho, a lágrima de uma estrela.
Compreendi que não estava só...
Aquela estrela, tão solitária quanto eu,
Parecia me dizer: Acorda! Tudo em ti é sonho
Um novo dia Está para nascer! E despertei.
Compreendi, então que há uma outra vida,
Que o mundo é mau, mas que sou humana!
A noite se foi deixando a madrugada,
Que também se foi trazendo um novo dia...
Porém, um dia como tantos outros...
Nada do que eu quis, ele me trouxe. Nada!
Eu continuo só.
Não senti da criança a alegria,
Meu olhar ficou vazio do olhar de alguém;
Não vi o rosto que acariciei sonhando,
Nem minhas mãos tocaram outras mãos.
O meu poema terminou do nada,
Assim como terminam todos os meus dias,
Onde começa cada nova noite.
Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional