...restos

Ensaio para não perder o rumo,

seguro as palavras do bom senso;

flutuo em ilusões,

finco o poema;

a realidade arrasta-me

para a loucura e insegurança,

grito forte,

ecoa só dentro de mim...

Socorro!

Socorro!

Ouvidos não ouvirão

Mãos não ajudarão

Olhares longínquos não estarão,

Sinto-me morta

não há razão

nem organização nos dedos;

Surto a palavra na beirada do precipício.

tudo está errado,

mas já não me amarro,

estou a beira de um colapso

traço,

trago,

nos versos:

a solidão,

a aflição,

o desamor,

a complexidade,

a incapacidade

de ser tudo;

sei que nada sou,

e nem mais aqui estou.