ANJO DE MORTE
Ao sono eterno dos mals...
Ao deleitar-me em sono distante
Ouvi um bater de asas em ação
Era um lindo anjo viajante
Trazendo alento pro meu coração;
Tu achas que sabes quem sou?
Sabes a que veio e a que vais?
Sua hora de profundidade chegou;
Vim trazer-lhe a tão sonhada paz.
Silêncio...
Aquietais coração fatigado...
Tocou-me nas mãos e arrastou-me ao inevitável;
Meus olhos não criam no que vira;
Céus? Eu pairava nas nuvens oscilantes,
Borboletas azuis e lilás contornavam minha alma;
Eram a visão mais bela que já vira,
Cantavam sem vergonha minhas liras...
E a mesura das flores contempladas dos ares;
Como um nobre beija-flor as questionava...
Não ouves?
São os sons dos pássaros a rodearem-te,
Quais formosuras vistes tu em vida?
Senão apenas desgraças ignóbeis..
Digo-vos que sou anjo de morte;
Sentisses mal a estar comigo?
Relâmpagos surgiram em meu ouvido...
O que havemos de nos tornar pós a morte?
Anjos peregrinos como tu,
Viajantes eloqüentes de perdição..
Perdição?
São os homens que a incrementam,
Com receitas vindas de seus subalternos;
Como nascem e crescem haverão de morrer...
Como ousas interromper-me os pensamentos?
Vamos, calai-vos homem que achas que dorme,
Não há quem te indagues em vida,
Mas aparenta não entender quem sou..
Levar-te-ei comigo à morte terrível,
Pranteie-se em desesperos pois tu fostes mal,
E no mal haverá de deleitares em horror
Enquanto ainda pensas que em sonos distantes dormes.