ANJO DE MORTE

Ao sono eterno dos mals...

Ao deleitar-me em sono distante

Ouvi um bater de asas em ação

Era um lindo anjo viajante

Trazendo alento pro meu coração;

Tu achas que sabes quem sou?

Sabes a que veio e a que vais?

Sua hora de profundidade chegou;

Vim trazer-lhe a tão sonhada paz.

Silêncio...

Aquietais coração fatigado...

Tocou-me nas mãos e arrastou-me ao inevitável;

Meus olhos não criam no que vira;

Céus? Eu pairava nas nuvens oscilantes,

Borboletas azuis e lilás contornavam minha alma;

Eram a visão mais bela que já vira,

Cantavam sem vergonha minhas liras...

E a mesura das flores contempladas dos ares;

Como um nobre beija-flor as questionava...

Não ouves?

São os sons dos pássaros a rodearem-te,

Quais formosuras vistes tu em vida?

Senão apenas desgraças ignóbeis..

Digo-vos que sou anjo de morte;

Sentisses mal a estar comigo?

Relâmpagos surgiram em meu ouvido...

O que havemos de nos tornar pós a morte?

Anjos peregrinos como tu,

Viajantes eloqüentes de perdição..

Perdição?

São os homens que a incrementam,

Com receitas vindas de seus subalternos;

Como nascem e crescem haverão de morrer...

Como ousas interromper-me os pensamentos?

Vamos, calai-vos homem que achas que dorme,

Não há quem te indagues em vida,

Mas aparenta não entender quem sou..

Levar-te-ei comigo à morte terrível,

Pranteie-se em desesperos pois tu fostes mal,

E no mal haverá de deleitares em horror

Enquanto ainda pensas que em sonos distantes dormes.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 06/12/2008
Reeditado em 07/12/2008
Código do texto: T1322041